Anorexia
e bulimia
Meu Deus! Como estou gorda!
A alimentação na adolescência é
muito importante, pois nesta fase o indivíduo adquire cerca
de 25% da estatura final e 50% do peso adulto.
A inadequação alimentar pode variar desde a exclusão
de refeições até transtornos mais graves como
a anorexia e a bulimia.
Anorexia
Nervosa
A
pessoa passa a ter uma enorme preocupação com o peso.
A busca da magreza torna-se o principal objetivo da vida. Há
uma distorção da imagem corporal, acompanhada de um
grande pavor de engordar. Mesmo bastante emagrecidos, os pacientes
acham que estão gordos, barrigudos, com as pernas grossas,
etc.
Comportamentos
geralmente observados para perder peso:
- dietas
rigorosas (acham que até a pasta de dentes pode fazê-los
engordar)
- períodos
de jejum prolongados
- exercícios
físicos em exagero
- uso
de laxantes
- uso
de diuréticos
- inibidores
do apetite
- vômitos
provocados
Incidência
da anorexia
1%
da população, mas este número provavelmente
é subestimado, uma vez que só procuram o serviço
médico quando estão muito doentes. Geralmente ocorre
a partir dos 13 anos (atualmente observamos casos que se iniciam
em idades mais precoces). É nove vezes mais freqüente
em mulheres do que em homens.
Aproximadamente
15% das pessoas que têm anorexia acabam morrendo em conseqüência
das complicações que a doença causa.
Algumas
características das pessoas que apresentam anorexia
Pernas
e braços finos, olhos fundos, ossos saltados, pele seca,
lábios secos e quebradiços, queda de cabelos, irritabilidade,
perda do interesse sexual, insônia, anemia, depressão,
ausência ou irregularidade da menstruação.
Critérios
médicos para o diagnóstico da anorexia
Geralmente
por dois métodos:
-
Peso corporal mantido em pelo menos 15% abaixo do esperado para
a idade e altura (verificação por gráficos
utilizados em consultas médicas).
- Índice
de Massa Corporal (IMC) abaixo de 17,5
Como
calcular o IMC:
O Índice de Masa Corpórea é resultado do Peso
(em quilos) dividido pela altura ao quadrado (em metros).
Exemplo
para Peso de 60 Kg e Altura de 1.65 m
Altura ao quadrado = 1.65 x 1.65 = 2.72
60 / 2.72 = 22
Consideramos
normais os valores entre 20 e 25. Abaixo de 17,5 pode significar
um transtorno alimentar como anorexia, por exemplo. Acima de 25,
dizemos que o paciente tem sobrepeso ou, dependendo do valor, podemos
classificá-lo como obeso ou obeso mórbido.
Bulimia
Nervosa
Ataques
repetidos de grande ingestão de alimentos (episódios
bulímicos) seguidos de prevenção de ganho de
peso. Cerca de 15 mil calorias podem ser ingeridas em um único
episódio bulímico. Normalmente uma pessoa necessita
aproximadamente de 2 a 3 mil calorias por dia. Durante os episódios
de descontrole alimentar, os bulímicos comem muitos doces
e outros alimentos calóricos.
Os
bulímicos que provocam vômito podem apresentar marcas
nas mãos como calos ou feridas permanentes. Essas marcas
aparecem em função da freqüência com que
introduzem a mão na boca com a finalidade de estimular o
vômito. Também pode ocorrer o aumento das glândulas
salivares como acontece com a pessoa que está com caxumba.
Idade
Da
adolescência até os 40 anos. Atualmente percebe-se
um grande aumento do número de casos na adolescência.
Incidência
da bulimia
Estima-se
que seja 2% da população feminina, mas este número
também deve ser inferior à realidade. Muitas pessoas
que têm a doença não procuram orientação
médica.
Existem
bulímicos com peso normal ou até com peso acima do
esperado para idade/altura.
Profissões
de maior risco
Jóqueis,
atletas, bailarinas, modelos (pessoas ligadas à moda em geral).
Alguns
comportamentos geralmente observados
- Após
as refeições, ficam longos períodos no banheiro
(provocando o vômito). Para que as outras pessoas da casa
não escutem seus vômitos, costumam ligar um rádio
ou abrir o chuveiro.
- Uso
indevido de laxantes e diuréticos.
- Excesso
de exercícios físicos, deixando de comparecer a
atividades sociais.
Tratamento
Geralmente
as pessoas buscam ajuda de pediatras, hebiatras, ginecologistas,
endocrinologistas e clínicos gerais. Após o diagnóstico,
deve ser feito um encaminhamento para o psiquiatra. O médico
que fez o diagnóstico também pode acompanhar a evolução
da doença. Deve haver, portanto, uma equipe multiprofissional
(clínico, psiquiatra, psicólogo, nutricionista, terapeuta
ocupacional e enfermeiro) envolvida no tratamento. Em alguns casos,
a família também precisa de psicoterapia.
O
tratamento pode ser ambulatorial, mas algumas vezes a internação
deve ser indicada.
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